No passado dia 14 de fevereiro, precisamente no Dia dos Namorados, estiveram presentes no Colégio, dois elementos da Escola Segura, para conversar com os alunos do 8º ano, sobre cyberbullying.
As novas tecnologias e as redes sociais proporcionam aos comportamentos de bullying e aos bullies uma nova plataforma de ações, que pode ter consequências emocionais igualmente relevantes.
O cyberbullying corresponde ao uso da tecnologia para assediar, ameaçar ou vitimizar outra pessoa de forma repetida. Pode acontecer em qualquer local, a qualquer hora, constantemente. Não requer força física, não implica um contacto cara-a-cara nem está limitado a algumas testemunhas. Um cyberbullie pode atormentar alguém 24h por dia, garantindo que nenhum lugar (nem a casa) é seguro, humilhando alguém perante centenas de testemunhas e sem sequer revelar a sua verdadeira identidade.
As vítimas podem sentir-se encurraladas e sem saída da situação. Podem desenvolver problemas de Saúde Psicológica, como a ansiedade ou a depressão, tendo sido reportados vários casos de suicídio.
É importante ter consciência que a partir do momento que a criança ou o adolescente tem um telemóvel/computador/tablet está em risco.
Nem sempre é fácil para os Pais saberem quando e como devem intervir. A maior parte das crianças e dos adolescentes utiliza a internet e as plataformas digitais de forma diferente da dos adultos, estão constantemente conectados e realizam interações durante todo o dia. O seu conhecimento sobre o mundo digital pode ser intimidante para muitos Pais.
No entanto, conhecer e envolvermo-nos no mundo digital em que os nossos filhos vivem, tal como conhecemos e nos envolvemos no mundo real, pode ajudar os Pais a proteger os filhos de perigos. As plataformas digitais são uma porta para conhecer o mundo, mas também uma porta que pode colocar os nossos filhos em perigo. Da mesma forma, que não os deixamos sair sozinhos de casa ou brincar na rua, também os devemos proteger e salvaguardar da porta aberta para o mundo que são as novas tecnologias e as redes sociais.
Como Podemos Prevenir Situações de Cyberbullying?
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Falar com os filhos sobre o que é o Cyberbullying e sobre as suas consequências negativas e sobre a vida online. Encoraje-o a partilhar consigo qualquer situação que não o faça sentir confortável.
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Alertar para os perigos da utilização das plataformas digitais, mostrando exemplos reais desses perigos.
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Ensinar os filhos a nunca colocar informação pessoal online. A não falar sobre a sua vida online. Dar o exemplo.
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Monitorizar a utilização das plataformas digitais. As crianças e os adolescentes têm direito à sua privacidade, mas protegê-los é uma obrigação dos Pais. Utilize as opções de controlo parental disponíveis nas plataformas digitais. Conheça os “amigos digitais” do seu filho – reveja a lista com ele, pergunte-lhe quem são e como os conhece.
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Negociar com os filhos regras de utilização das plataformas digitais.
Permitir o acesso às plataformas digitais apenas em locais comuns (evitar, por exemplo, a utilização no quarto).
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Conhecer as passwords de acesso às redes sociais.
Quais são os sinais de Cyberbullying a que devemos estar atentos?
Às vezes é fácil identificar e reconhecer o cyberbullying. Por exemplo, quando o nosso filho nos mostra uma mensagem ou post cruel. Outros atos são menos óbvios. Por exemplo, criar um perfil falso nas redes sociais e fazer-se passar por outra pessoa ou postar informação pessoa, fotos e vídeos para envergonhar e humilhar outra pessoa.
A maior parte das crianças e adolescentes vítimas de cyberbullying não denunciam a situação a um adulto, por se sentirem envergonhadas ou por medo de que os seus privilégios de utilização das plataformas digitais sejam retirados.
Alguns sinais de cyberbullying podem incluir:
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Mostrar-se aborrecido ou perturbado durante ou após a utilização do telemóvel/computador/tablet;
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Fazer da sua vida digital um segredo ou tentar protegê-la a todo o custo;
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Isolar-se e evitar a família, os amigos, as atividades habituais;
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Recusar ir à escola ou participar em situações de grupo;
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Diminuição do desempenho escolar;
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Mostrar-se zangado e descontrolado em casa;
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Mudanças de humor, comportamento, sono ou apetite;
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Parar de usar o telemóvel/computador/tablet;
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Mostrar-se nervoso e ansioso sempre que surge uma nova mensagem;
O meu filho é vítima de cyberbullying! O que posso fazer?
Se descobrir que o seu filho é vítima de cyberbullying ofereça-lhe apoio e conforto. Garanta-lhe que a culpa não é dele e elogie-o por ter tido a coragem de falar consigo. Recorde-o que não está sozinho – muitas pessoas são vítimas de bullying – e assegure-o de que encontrarão uma solução em conjunto.
Fale com o seu filho e decidam sobre a melhor forma de informar a escola (o Diretor de Turma, o Psicólogo da escola) da situação ou Polícia/GNR.
Encoraje o seu filho a não responder ao cyberbullying. Fazê-lo pode tornar a situação ainda pior. Mas guarde as mensagens/fotografias/interações que possam servir de evidências junto da escola ou mesmo da polícia.
Outras medidas podem incluir:
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Bloquear o bullie. A maior parte das plataformas digitais permite bloquear determinadas pessoas.
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Limitar o acesso à tecnologia. Embora possa ser doloroso, a maior parte das crianças e adolescentes vítimas de cyberbullying não resistem à tentação de verificar constantemente as plataformas digitais para saber se existem mensagens novas.
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Mantenha o computador/tablet num local público dentro de casa (por exemplo, não permitir a utilização no quarto) e discuta as regras de utilização das plataformas digitais. Defina controlos parentais rígidos em todas as plataformas digitais que o seu filho utilizar.
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Conheça o mundo digital do seu filho. Verifique regularmente os posts e sites que o seu filho visita, tenha consciência da forma como ele ocupa o seu tempo online.
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Fale sobre a importância da privacidade e sobre como é má ideia partilhar informação pessoal online, mesmo com amigos.
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Aprenda formas de manter o seu filho seguro quando está online. Encoraje-o a salvaguardar as passwords e a nunca partilhar a sua localização atual nem para onde vai.
Se identifica sinais de cyberbullying no seu filho e não sabe o que fazer com a situação, procure ajuda. O Psicólogo da escola pode ajudar!
O meu filho é um cyberbullie! O que posso fazer?
Descobrir que o nosso filho não tem o comportamento correto pode ser devastador. No entanto, é importante enfrentar o problema e resolvê-lo, em vez de esperar que desapareça sozinho.
Fale com o seu filho de forma calma, mas firme, sobre as suas ações e discuta o impacto negativo que os seus comportamentos tiveram nos outros. O cyberbullying não é um comportamento aceitável e pode ter consequências sérias (às vezes, permanentes) em casa, na escola e na comunidade.
Recorde o seu filho que o uso das plataformas digitais é um privilégio. Pode ajudar restringir a utilização destas plataformas até que o comportamento melhore. Se considera que o seu filho precisa de um telemóvel por questões de segurança, dê-lhe um que permita apenas realizar chamadas de emergência. Defina controlos parentais rígidos em todas as plataformas digitais.
Procure ajuda. Um Psicólogo pode ajudar!